Brincadeira e Psicoterapia

Por que a psicologa do meu filho brinca com ele na sessão?

Raramente associamos a brincadeira como sendo algo importante.  Mas ela é essencial para o desenvolvimento das crianças. Tanto que o professor Lino de Macedo , especialista em psicologia educacional e desenvolvimento humano, comparou a importância da brincadeira com a da alimentação e da higiene nos bebês.
            Ao brincar, as crianças exercitam habilidades cognitivas, físicas, sócio-afetivas e morais como: capacidade de expressão verbal e não verbal, raciocínio, pensamento abstrato, representação espacial, curiosidade, senso critico, objetividade, reflexão, flexibilidade, atenção, concentração, memória, criatividade, imaginação, atenção, relacionamento intrapessoal e interpessoal, autonomia, cooperação, autoconfiança, linguagem, autoestima.
            Atraves da brincadeira que a criança começa a descobrir o mundo. Por meio de seu simbolismo, a criança reflete e explora a realidade que esta inserida internalizando e questionando sobre elas.
Há um importante alerta a ser feito sobre isso. Muitas vezes, enchemos a rotina das crianças com tantas atividades e esquecemos-nos de dar a elas um tempo para brincar. Estimulamos a criança a participar do inglês, da natação, mas esquecemos de estimula-las a brincar e   se desenvolver através dela.  A criança precisa de um tempo  também para brincar, é importante proporcionar ambientes para que elas ocorram.
            O brincar também pode ser uma forma da criança expressar medos, ansiedades e conflitos, na tentativa de explicitá-los e encontrar maneiras de solucioná-los e elaborá-los internamente. Por exemplo, uma criança com medo de um monstro, através da brincadeira ela pode criar uma historia que supere esse monstro e consequentemente o medo.
            Comumente, ouvimos alguém dizer que levou o filho ao psicólogo e que ele fica “só brincando” na sessão, desmerecendo assim o brincar. Como já exposto, a brincadeira tem um impacto importante no desenvolvimento saudável da criança. Na psicoterapia, o fio condutor na maioria das vezes baseia-se no discurso do paciente, o discurso que a criança esta familiarizado acontece através do lúdico.
O objetivo da terapia  é ajudar a criança, através da brincadeira, a expressar com maior facilidade os seus conflitos e dificuldades, ajudando-a em sua solução para que consiga uma melhor integração e adaptação social, tanto no âmbito da família como da sociedade em geral.        

O lúdico cria um espaço onde certas atitudes que não são “socialmente aceitos” são possíveis, sendo permitido então ser demonstrado o que realmente sentimos sem medo de julgamentos. Assim o lúdico também pode ser um recurso terapêutico também para ser usado com adultos. 


A participação dos pais é fundamental para o sucesso do tratamento.

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